domingo, 26 de março de 2017

Tenha coragem de olhar pra si mesmo!

Ao invés de culpabilizar as pessoas que se afastaram de você, atribuindo a elas características de insensibilidade, frieza, falta de compaixão, confira se você é uma pessoa suficientemente agradável para as pessoas desejarem estar perto de você, não por obrigações protocolares, mas por afinidade genuína. Tenha a coragem de olhar para si mesmo e se encarar, ao invés de atribuir a responsabilidade ao outro, fazendo-se de vítima.

Quando uma pessoa tem energia boa, é agradável, interessante, amorosa, tem luz, bom humor, todo mundo quer tê-la por perto e aí ela é quem vai escolher quem ela quer ou não quer por perto se baseando na dignidade relacional. Mas opções não irão faltar, porque a pessoa emana luz! Quem não quer gente de luz por perto? Todo mundo quer gente com energia boa por perto!!Aquela pessoa que só de estar sentada em silêncio do seu lado torna seu dia muito melhor.

Quando a pessoa é por exemplo, despótica, invasiva, autoritária, controladora, pouco perceptiva, narcisista, ninguém aguenta ficar perto, a não ser por opressão ou necessidade, o que implica em convívio compulsório. O que acontece, muitas vezes, é que a autopercepção da pessoa é tão baixa, que ela não vê que ela mesma criou isso para ela, então prefere se fazer de vítima ao invés de se perceber nos espelhos relacionais que ela julga. É tão absurdo como um senhor de escravos ficar se lamentando que os escravos se libertaram e não quiseram mais saber dele. Oras, é uma questão de amor-próprio, a menos que o escravo seja masoquista e queira cultivar a indignidade.

Quer atrair pessoas interessantes para o seu convívio? Medite! Mude sua energia, expresse seu melhor, emane alegria, amor, luz, bom humor. Certamente, se você estiver numa boa vibração, não faltarão pessoas interessantes querendo se aproximar de você não por interesse ou por protocolos sociais, mas por afeto genuíno.

Com amor, leveza e alegria,
Gisela Vallin

sexta-feira, 3 de março de 2017

"Sobre os felizes"

Existem pessoas admiráveis andando em passos firmes sobre a face da Terra. Grandes homens, grandes mulheres, sujeitos exemplares que superam toda desesperança. Tenho a sorte de conhecer vários deles, de ter muitos como amigos e costumo observar suas ações com dedicada atenção. Tento compreender como conseguem levar a vida de maneira tão superior à maioria, busco onde está o mistério, tento ler seus gestos e aprendo muito com eles.
De tanto observar, consegui descobrir alguns pontos em comum entre todos e o que mais me impressiona é que são felizes. A felicidade, essa meta por vezes impossível, é parte deles, está intrínseco. Vivem um dia após o outro desfrutando de uma alegria genuína, leve, discreta, plantada na alma como uma árvore de raízes que força nenhuma consegue arrancar.
Dos felizes que conheço, nenhum leva uma vida perfeita. Não são famosos. Nenhum é milionário, alguns vivem com muito pouco, inclusive. Nenhum tem saúde impecável, ou uma família sem problemas. Todos enfrentam e enfrentaram dissabores de várias ordens. Mas continuam discretamente felizes.
O primeiro hábito que eles tem em comum é a generosidade. Mais que isso: eles tem prazer em ajudar, dividir, doar. Ajudam com um sorriso imenso no rosto, com desejo verdadeiro e sentem-se bem o suficiente para nunca relembrar ou cobrar o que foi feito e jamais pedir algo em troca.
Os felizes costumam oferecer ajuda antes que se peça. Ficam inquietos com a dor do outro, querem colaborar de alguma maneira. São sensíveis e identificam as necessidades alheias mesmo antes de receber qualquer pedido. Os felizes, sobretudo, doam o próprio tempo, suas horas de vida, às vezes dividem o que tem, mesmo quando é muito pouco.
Eu também observo os infelizes e já fiz a contraprova: eles costumam ser egoístas. Negam qualquer pequeno favor. Reagem com irritação ao mínimo pedido. Quando fazem, não perdem a oportunidade de relembrar, quase cobram medalhas e passam o recibo. Não gostam de ter a rotina perturbada por solicitações dos outros. Se fazem uma bondade qualquer, calculam o benefício próprio e seguem assim, infelizes. Cada vez mais.
O segundo hábito notável dos felizes é a capacidade de explodir de alegria com o êxito dos outros. Os felizes vibram tanto com o sorriso alheio que parece um contágio. Eles costumam dizer: estou tão contente como se fosse comigo. Talvez seja um segredo de felicidade, até porque os infelizes fazem o contrário. Tratam rapidamente de encontrar um defeito no júbilo do outro, ou de ignorar a boa nova que acabaram de ouvir. E seguem infelizes.
O terceiro hábito dos felizes é saber aceitar. Principalmente aceitar o outro, com todas as suas imperfeições. Sabem ouvir sem julgar. Sabem opinar sem diminuir e sabem a hora de calar. Sobretudo, sabem rir do jeito de ser de seus amigos. Sorrir é uma forma sublime de dizer: amo você e todas as suas pequenas loucuras.
Escrevo essa crônica, grato e emocionado, relembrando o rosto dos homens e mulheres sublimes que passaram e que estão na minha vida, entoando seus nomes com a devoção de quem reza. Ainda não sou um dos felizes, mas sigo tentando. Sigo buscando aprender com eles a acender a luz genuína e perene de alegria na alma. Sigamos os felizes, pois eles sabem o caminho...
Autor: Socorro Acioli - Escritora